quinta-feira, 2 de abril de 2015
E preciso cautela quando o assunto for Autismo
No dia mundial de conscientização do autismo, profissionais alertam para o fato do diagnostico precoce e, muitas vezes errôneo, expor e comprometer o desenvolvimento infantil. Segundo as Estatísticas do Centers of Disease Control and Prevention (CDC), estaríamos vivendo uma epidemia, quando uma em cada 68 crianças enquadram-se no espectro autista. Esse número berrante, pode estar as custas de diagnósticos precipitados que muitas vezes não passaram por uma análise e consideração do contexto psicossocial.
Muitas vezes um prematuro diagnostico, pode comprometer o desenvolvimento da criança que passa a não responder conforme sua singularidade.
Segundo o DSM-V, o Autismo se manifesta por déficit persistente na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos. Basicamente marcado por características fundamentais, as quais: inabilidade para interagir socialmente, dificuldade no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos e padrão de comportamento restritivo e repetitivo. Por isso o cuidado em diagnosticar sem considerar o contexto no qual a criança está inserida. Estas características muitas vezes aparecem em algum momento do desenvolvimento infantil, não sendo, necessariamente, um sintoma do espectro autista.
Os fatores de riscos são: sexo, meninos são de quatro a cinco vezes mais diagnosticados; histórico familiar – famílias que já tenham tido algum integrante com autismo, bem como pais que possuem dificuldades na interação e comunicação entre eles também estão entre os fatores de riscos de ter um filho com autismo; outros transtornos, como epilepsia e esclerose tuberosa e idade dos pais – quanto mais avançada a idade mais chances de a criança desenvolver autismo ate os três anos de idade.
Entre os comportamentos da criança de alerta estão:
Não responder com sorriso ou expressão de felicidade aos seis meses;
Não imitar sons ou expressões faciais aos nove meses;
Não balbuciar aos 12 meses;
Não gesticular aos 12 meses;
Não dizer nenhuma palavra aos 16 meses;
Não dizer frases compostas de, pelo menos, duas palavras aos 24 meses;
Perder habilidades sociais e de comunicação em qualquer idade.
Mesmo diante destas características, o profissional deve buscar soluções para as limitações específicas de cada sujeito. Neste dia mundial de conscientização sobre o Autismo, o que parece estar em evidencia `e a urgência em qualificar o atendimento e acolhimento aos sujeitos com características especiais. São desafios novos e cada vez mais intensos que estão marcando uma era de responsabilização e comprometimento com a singularidade do sujeito e sua inserção no contexto social.
Diante do diagnostico, o trabalho da terapia se dá, basicamente, em desenvolver, a partir da realidade do sujeito, habilidades que favoreçam a interação e seu pertencimento ao meio onde vive, revelando suas potencialidades. Da mesma maneira, o trabalho dos profissionais está em divulgar e orientar a população sobre o comportamento singular, para que a inclusão ocorra de fato. Profissionais capacitados em planejamento e trabalho em forma de equipe multidisciplinar se torna fundamental. Se torna interessante a perspectiva de que a criança ou o adulto autista, dentro de sua característica fundamental da ausência de interação, exijam das pessoas a sua volta, uma forma intensa de comunicação entre os saberes. Talvez ai esteja o grande aprendizado.
Fernanda Reis
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